Não é que a gente não queira focar no ser, mas são tantas, tantas coisas impostas à mulher, que fica realmente difícil fazer tudo e ainda achar a expressão transcendente do eu, rs. O cuidado com os filhos é um trabalho tão grande, tão exaustivo e tão complexo ( além de duradouro), que é absolutamente compreensível que a Igreja use os filhos como forma de manutenção do papel da mulher como oprimida. Hoje me parece excessivamente absurda a divisão de tarefas domesticas como está, tudo sempre em cima e de responsabilidade da mulher, mas nem sempre questionei isso. Sei que muita gente não questiona. Não é papel da mulher criar os filhos que vão continuar a espécie toda. Os homens , parte da sociedade e da cultura, precisam dar a sua contribuição em trabalho. E, é claro, eles não vão mudar sem luta. Não vão sair do seu lugar de privilégios sem um empurrão das interessadas: as mulheres.
Hoje numa aula de Ensino Médio tentei desnaturalizar os papéis de gênero. Percebo que há muito a fazer. Quantas meninas ainda vão sofrer com escolhas erradas pautadas em exemplos dados por uma sociedade machista? Quantas vão aceitar o que é imposto a seus corpos e mentes? Por quanto tempo?
A internet está cheia de falas, dos lugares femininos, pela legalização do aborto, que ainda não é um fato no Brasil. Muito é preciso fazer pra se entender que a criminalização do aborto é uma forma de controle do corpo feminino. Pautada pela igreja, pela moral. Nada ética. Completamente intencional.
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