2020 não tá fácil pra ninguém. É pandemia, crise, presidente irresponsável, queimadas intensas no pantanal e amazônia, mais pandemia, gente furando a quarentena, mais crise. ... 

Aqui a gente tava em quarentena bem restrita desde maio, como sou professora, as aulas estão sendo feitas de forma virtual e eu consigo sair apenas pra mercado quando é preciso. No meio disso tudo, a gente se viu com muitas questões no apartamento em que moramos: problemas hidráulicos, vizinho em pé de guerra com os filhos, um piso manchado na cozinha que nunca parece limpar,  mas o mais grave: falta de sol.

Já tinha desistido de pedir melhorias para o proprietário antes da pandemia, depois, nem quero. Lidar com gente entrando aqui não era uma opção. Comecei a sentir falta do meu antigo prédio: um apartamento dos anos 70 com janelões e orientado de maneira que pegava o sol da manhã e também o da tarde ( por isso amo arquitetura antiga). No meio do tempo livre da quarentena passei a pesquisar aptos no nosso antigo condomínio e eis que de busca por aluguel passamos a busca por compra, fizemos a conta e vimos que um financiamento iria sair no mesmo valor mensal do aluguel...com a vantagem de nunca mais ter que lidar com proprietários e imobiliárias abusivas... sim, e pronto. 

Tava decidido, começamos a procurar. Foram 6 meses de procura em sites e indo visitar só os que mais nos apaixonávamos ( pandemia né), uma certeza é que, mesmo se não fosse no antigo condomínio que morávamos, seria um ape antiguinho, nada de prédios cheio de espaço de lazer e nenhum espaço dentro de casa, queriamos grandes janelas, paredes sólidas e, quem sabe, um piso de taco. 

Achei minha casa bem no susto, não estava em imobiliária, foi direto com o propietário, visitamos duas vezes e tava decidido, fizemos uma proposta AMBICIOSA e...ele aceitou, acho que queria mesmo se mudar. E foi assim que voltamos pro nosso predinho dos anos 70, em plena pandemia. 

Agora fiquem com esse piso de taco, o sol, e o tamanho da janela, meus senhores. 


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