Pausa.
A gente nunca ta pronto pra partida de alguém que amamos. Nunca.
Eu não sabia ser possível sentir uma dor tão profunda. Naquele dia, olhar pela janela e ver a vida dos outros, comum, sem nada diferente, doía.
Não tinha como me manter em pé na hora do adeus pois o chão faltava.
É verdade mesmo? Eu perguntava. É muito estranho.
Onde está a inteligência que movia esse corpo?
A reflexão sobre a vida que tanto fizemos juntas? Onde? Terá simplesmente se extinguido?
Apesar das inúmeras provas de fé, relatos sobre uma possível continuidade, o que dói é justamente não termos certeza de nada.
Não há concretude nenhuma na morte, embora seja, de fato, tão concreta.
É abstração somente. Uma sensação completa de fragilidade e solidão diante do universo.
Pausa. Sei que é preciso continuar com a mesma coragem com que ela lutou pela vida, mas preciso, agora, descer as velas do barco e pausar.
Meditar sobre o que meu coração pergunta, com todas as fibras:
"Existirmos, a que será que se destina?"
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