
Sobre ela , um texto interessante.
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A arte de perder, por Elizabeth Bishop
A arte de perder, por Elizabeth Bishop
A arte de perder não tem mistério;
Com tantas coisas propensas a serem
perdidas,
A perda delas não é nenhum desastre.
Com tantas coisas propensas a serem
perdidas,
A perda delas não é nenhum desastre.
Perca algo todos os dias. Aceite a irrequieta frustração
De perder as chaves da porta, de desperdiçar tempo.
A arte de perder não tem mistério.
De perder as chaves da porta, de desperdiçar tempo.
A arte de perder não tem mistério.
Comece então a perder mais, e mais depressa;
Lugares, nomes e o destino de sua viagem.
Não é nenhum desastre.
Lugares, nomes e o destino de sua viagem.
Não é nenhum desastre.
Eu perdi o relógio de minha mãe. E mais!
Minha última, ou penúltima casa, também se foi.
A arte de se perder não tem mistério.
Minha última, ou penúltima casa, também se foi.
A arte de se perder não tem mistério.
Eu perdi duas cidades, muito queridas. E, mais ainda,
Alguns domínios que eu possuía, dois rios e um continente.
Sinto falta deles, mas não foi nenhum desastre.
Alguns domínios que eu possuía, dois rios e um continente.
Sinto falta deles, mas não foi nenhum desastre.
Perder você inclusive (sua voz gozadora,
um traço que adoro) não me fará mentir. É evidente
Que a arte de perder não tem lá tanto mistério,
Embora pareça (escreva a palavra!) um desastre.
um traço que adoro) não me fará mentir. É evidente
Que a arte de perder não tem lá tanto mistério,
Embora pareça (escreva a palavra!) um desastre.
Comentários
O ICEBERG IMAGINÁRIO
O iceberg nos atrai mais que o navio,
mesmo acabando com a viagem.
Mesmo pairando imóvel, nuvem pétrea,
e o mar um mármore revolto.
O iceberg nos atrai mais que o navio:
queremos esse chão vivo de neve,
mesmo com as velas do navio tombadas
qual neve indissoluta sobre a água (...)
O iceberg seduz a alma
(pois os dois se inventam do quase invisível)
a vê-lo assim: concreto, ereto, indivisível.